Não queria usar frases habituais em conversas sobre música como "Ele é especial", "Grande génio" ou outras descrições mais divinas porque provavelmente seriam utilizadas como vogais numa aula da primeira classe. Também não queria focar-me no facto de ele ser o pianista mais rápido do planeta: 19,5 notas por segundo em cada mão e o maior número de notas (93650) numa hora; embora o seu virtuosismo seja importante para criar as suas texturas musicais.
Lubomyr Melnyk é um rio. Um rio constituído por todas as gotículas de água que o alimentaram, acrescentado de todas as que ainda o vão alimentar. Desde aquela gota que cai na folha mais alta da árvore mais distante do rio até aquela que já está a entrar no mar. Umas deslizam devagar, outras deslocam-se rapidamente; rápidas mas nunca apressadas. Nalguns momentos formam uma corrente límpida e transparente, noutras um turbilhão que arrasta tudo o que se atravessa no seu caminho.
Principalmente quem está a ouvir o seu piano...
Descrever a música de Lubomyr Melnyk é uma tarefa praticamente impossível, mas a forma como toca piano também o é, o que não impediu que alguns de nós, tenhamos assistido a dois concertos quase impossíveis. Um no passado sábado na Catedral de Viseu, no âmbito dos JARDINS EFÉMEROS e outro, ontem, no Passos Manuel. Um deles será, com certeza, o melhor concerto a que já assisti. Ou outro o segundo...
Ah, quase me esquecia de dizer que Lubomyr Melnyk é o maior génio musical de sempre!
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