
Retirada de "Last of the Country Gentlemen" (2011), esta é daquelas que me saem do meu lado mais profundo. Tão bonita...
Este ano decidi ler a minha altura em livros. Era isso ou não chorar. Como não sou muito grande, a tarefa não era difícil. O problema chegou quando percebi que quanto mais lia, mais crescia. Seria belo se fosse um crescer absoluto, mas era apenas relativo. É um gosto muito, mas de outra forma.
Assim, quando me afastava dos livros, mingava instantaneamente. Começava-me a faltar. As palavras que tinha lido, e que pensava que tinham ficado gravadas em mim, saiam-me pela pele. Nestes momentos, apontavam frequentemente para mim, e diziam-me que estava a deixar cair palavras. Aflito, para não as perder, mas principalmente para não me lerem, tentava apanhá-las. Como nunca consegui recuperar uma única palavra, decidi sacudir-me para me perder ainda mais. Não queria confundir, mas porque achava que as minhas palavras me fragilizavam, necessitava amparar-me.
Embora maior, para o meu objectivo, os livros faziam-me sempre pequeno, e de rompante dizia que preferia nunca ter lido, quando o que realmente queria era nunca parar de ler. Afastava para nunca ter saudades. Disparates.
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Elle a de ces lumières au fond des yeux
Qui rendent aveugles ou amoureux
Elle a des gestes de parfum
Qui rendent bête ou rendent chien
Et si lointaine dans son coeur
Pour moi c'est sûr
Elle est d'ailleurs